sábado, 13 de dezembro de 2008

Afonsolariano


Afonso é rápido. Uma espiadela, as mãos em constante movimento, outra espiadela. A lente não o incomoda. Sua narrativa passeia pelo cotidiano. Os olhos saltam em meio às palavras. Ávidos. Integra-se repentinamente à luta armada e desaparece minucioso vasculhando os odores dos lugares. Não transparece desejo. Narra, implacável. Articula num mesmo contexto passado e presente. Surpreende desafiando o tempo instaurando um pensamento novo. E pensando sua história em seus períodos, e remetendo nossos pensamentos à argumentação de Foucault – a partir de que, então, ele se constituiria e a partir de que, em seguida, se desvaneceria e se deslocaria – desaceleramos os passos e guiamo-nos pelos signos que transformam sua realidade tateando “a luz que surgiu por atrás da colina".

paulo brasil
juiz de fora

Um comentário:

Unknown disse...

Bela foto! Belos caminhos...dessas minas tão geraes, contraponto perfeito para uma época tão plúmbea. Minhas excusas pelo fel na boca, mas as recordações da impotência e da mordaça ainda me machucam o canto da boca...saí de Uberlândia estarrecido com a conclamação pública à tal campanha "Vizinhança Solidária"! E não ouvi NENHUM clamor, nenhum eco, nenhuma indignação do povo da terra de um Tiradentes. Também não li verso algum de Manuéis na terra da resistência ao negro algures. Firmes na sensibilidade, garotos! Pelos nomes listados na campanha dos bares, informação grassa!