Em breve.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
quinta-feira, 5 de março de 2009
Comunista em Dresden
segunda-feira, 2 de março de 2009
cenário: dresden
Chico de Assis.
02-03-09
Dresden - Alemanha
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Viagem à Dresden
Manchete em um dos maiores jornais de Dresden: “Ladrão é preso batendo carteira no centro da cidade”. Rimos prá valer. Onde já se viu uma notícia como essa dar manchete! Notícias que se prestam têm que ter muito tiroteio e pelo menos meia dúzia de meia dúzia de mortos prá ninguém colocar defeito; um estrupinho de vez em quando, algumas balas perdidas arrebentando os miolos de algum incauto por aí, têm também o seu espaço garantido, mas dar tal alarde sobre batendo carteira, nem pensar! Isso foi o que passou na nossa cabeça no primeiro momento; demorou um pouco prá gente se situar de fato numa realidade bem distinta da nossa. Na realidade, estamos na principal cidade da região saxônica da antiga Alemanha Oriental, onde trabalhei, estudei e tive a tranqüilidade de fazer as necessárias reflexões sobre a minha prática política anterior. O retorno a essa cidade, após vinte oito anos de ausência, foi emocionante. Encontrei Dresden completamente reformada, e quase não consegui identificar os lugares que em que transitava no passado. A arquitetura barroca parcialmente destruída durante a 2. Guerra Mundial se apresenta agora íntegra como uma cirurgia plástica que oculta no rosto de alguns dos nossos sexagenários as alterações implacáveis do tempo. Em parte, confesso que senti a falta daquelas ruínas pontiagudas que se projetavam em direção ao céu plumoso, as sua partes mais pontiagudas. E tem um motivo muito claro para este estranho sentimento: estas antigas ruínas se assemelhavam os implacáveis dedos em riste de um Deus Medieval expulsando do Paraíso os nossos ancestrais mais antigos. Contudo, não se tratava mais da cólera de um Deus por uma simples desobediência infantil como a gente lê no Antigo Testamento, mas de uma indignação de um pai ao constatar que os seus próprios filhos foram capazes de produzirem uma guerra com tanta crueldade e irracionalidade como toda guerra que ocorre por este mundo afora! Apesar disso, não posso negar a beleza que esta restauração trouxe a velha capital da saxônia! Além das restaurações, percebe-se a presença de novas construções que modificaram completamente a cidade e de outras ainda em construção. Todas elas vão pipocando aqui e acolá, reduzindo os espaços das grandes praças, e acabando de vez o pouco que sobrava da antiga arquitetura do chamado socialismo real. Frente a isso, um dorzinha bem miúda produzida por um saudosismo tocou meu coração! E uma pergunta emergiu lá do fundo da minha alma: será que o avanço deste capitalismo tão eficiente tocou a alma do povo desta região? Será que a sedução da lei do mercado, a volúpia da sociedade de consumo esmagaram completamente os sonhos socialistas da antiga Alemanha Oriental? Essas são perguntas que não ouso responder, afinal oito dias num país é insuficiente para a gente fazer um prognóstico sobre o que pensa de fato essa gente. Contudo algum panorama, mesmo que provisório a gente pode registrar. Logo no primeiro dia em Dresden, as notícias dos jornais informavam sobre uma manifestação publica dos professores, assim como dos policiais e outros funcionários públicos, contra os baixos salários dos últimos tempos. Mais tarde deparamos por uma enorme manifestação pública dos professores que tomavam as principais ruas de Dresden. Segundo a imprensa local 120 mil professores da Região da Saxônia paralisavam as suas atividades e marcharam pela cidade. Assistimos de forma discreta a manifestação, mas tarde, porém quando caminhávamos em direção ao edifício onde havia morado no passado para fazer algumas filmagens, deparamos com senhor já septuagenário, com uma bandeira do sindicato dos professores nas mãos e que nos observava atentamente. Depois de algum tempo, tomou coragem e perguntou de onde a gente vinha. Logo que informei que éramos brasileiros e o que fazíamos em Dresden, ele ficou efusivo , apontou para um antigo edifício e nos disse com a voz embargada de emoção: ‘Não sei se você se recorda, mas no alto daquele edifício estava escrito – ‘Der Sozialismus wird siegen!’ (O socialismo vencerá!) – O lema foi retirado lá de cima e agora está esta propaganda da Siemens, mas eu estou seguro que num futuro próximo vamos erguer de novo o antigo lema neste mesmo edifício! A isso eu tenho certeza que vamos! Em seguida, falou que era engenheiro aposentado e que havia feito doutorado na antiga União Soviética, mas não deixava de participar das manifestações públicas dos professores e que ele havia acabado de participar desta última manifestação. no final nos desejou muito êxito, e que segui com entusiasmo as notícias sobre o cenário político na AL, principalmente as notícias sobre o governo Lula, Bolívia e Venezuela. À noite tive um encontro com algumas colegas da Faculdade de Artes, o que muito me emocionou pela acolhida que recebi delas. Além dos inúmeros presentes que me trouxeram, a conversa regada com muito vinho e cerveja, pautou-se sobre a nossa vida atual, os filhos e a nossa vida profissional, mas quando toquei na situação política do país, o “pau quebrou” . A crítica a novo sistema foi dura. Para elas o que a gente tinha visto de progresso era apenas uma casquinha sedutora, mas no cerne da questão a situação era outros. O novo sistema está criando uma casta de ricos que fica cada vez mais rica e os trabalhadores perdem cada dia mais espaço. A crítica recaiu também sobre poder da mídia, e eu me senti de alguma forma no Brasil, quando uma das colegas deu ênfase no monopólio desta sobre as informações. Na sua opinião, a mídia “vendia seu peixe de forma descarada” e ocultava as mazelas do país. Ademais, questionaram a forma depreciativa que são tratados pelos cidadão da antiga Alemanha Ocidenta; segundo a opinião delas o preconceito dos alemães do outro lado contra eles, era o mesmo que estes sentiam contra os demais estrangeiros que vivem por lá. No entanto, elas próprias afirmavam que não era possível viver no sistema político anterior, era necessário encontrar um médio termo sobre o s dois sistemas.
Bom gente, até agora foi esta a impressão que eu tive sobre este país. Impressões que merecem ainda maior amadurecimento, mas porque não expô-las a vocês e deixar que tirem as suas próprias conclusões.
No mais, termini aqui por hoje a minha intervenção no este blog sobre a nossa viaje por este país.
Afonso Lanna
Dresden - Alemanha
28-02-09
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
ibis fül what?
Minhas mãos ainda tremem com o vento que nos recebeu em Dresden. Chegamos mesmo na madrugada de ontem, exatamente [e digo exatamente por conta da pontualidade “britânica” que encontramos por aqui] as 06:15 a.m., completando um total de 35 horas e 52 minutos de trajeto e duas noites completas sem dormir entre vários diferentes meios de transporte; carro, avião, ônibus, avião, ônibus, esteira, avião, ônibus, avião, ônibus, trem, trem e trem. Por conta da TAM [e ela que me aguarde], tivemos que chegar mais tarde na cidade de Berlim, que em francês se pronuncia Berlâm [deixemos os trocadilhos de lado, estes já foram feitos] e não conseguimos transporte direto para Dresden. O fato é que depois de tudo, um pouco de fome, cochiladelas rápidas aqui e ali nos bancos do trem, e a dura do recepcionista do hotel por chegarmos atrasados [essa foi demais], todos ainda sorriam e arriscavam algumas anedotas no café da manhã que encheu nossa pança antes do fechar dos olhos para o dia que já se iniciava – a cidade só nos veria mais tarde.
Ainda é madrugada do dia 27 no Brasil. Ontem a tarde eu e Afonso caminhamos pela cidade velha enquanto os outros ainda dormiam o sono merecido. A paisagem e a sinfonia são indescritíveis. A janela do antigo ateliê de nosso personagem ainda se posiciona de frente para o rio que divide a velha e a nova cidade e também me transporta no tempo, confesso que meu coração doeu lembrando por várias vezes meus 20 meses de Inglaterra [dia 07 próximo torturarei um pouco essa saudade]. A Europa é realmente convidativa, suas enigmáticas e decididas mulheres também. Uma arquitetura barroca pesada – falo particularmente de Dresden – e a sedução espalhada no ar, levada pelo vento frio que corta a pele e deixa a sensação dos menos três graus na ponta do pé, que só se equilibra por conta dos quarenta que são impulsionados e saem pela veia principal.
Já não espero mais nada desses dias que se sucedem em nosso último encontro com a rica memória de Afonso. Também não espero mais nada de meus vários encontros e desencontros com a vida. Não espero nada até mesmo do meu próximo esbarrão com os olhares de Sandra, a garçonete que me atendeu há poucas horas. É como diz meu amigo Zé [Airton para os mais desavisados] em uma de suas frases prontas de bolso, alias um bolso que parece mais uma capanga, transbordando pensadores; “Viver está acima de qualquer entendimento”, acho que essa é da Lispector, desculpe minha ignorância.
07: 43, é hora do café.
carlos segundo
27-02-09
dresden - alemanha
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Matilhas e impressões
Nas ruas ainda se vê matilhas de cães abandonados caminhando tranquilamente pelas ruas, que tanto nos chamou a atenção à trinta anos passados; mas o que nos impressiona é que estes animais parecem bem nutridos e pela afetividade com eles se aproximam da gente, percebe-se que não são mal-tratados. Ademais, obedecem completamente as sinalizações que controlam o intenso trânsito da sua principal avenida, a Avenida O’Higgens. No sinal vermelho simplesmente os cães param e aguardam no calçadão; mas quando o verde acende, lá vão eles todos “sererepes” atravessando a avenida como se fosse gente grande mesmo. Possivelmente, seguem o comportamento dos pedestres, mas dá a impressão que eles entendem das normas de trânsito melhor que a gente mesmo.
Essas são apenas breves observações que observamos neste curto período que passamos em Santiago de Chile, antes de mergulharmos no que nos interessa de fato neste país: a sua história política recente, onde houve no passado a primeira tentativa de construção do socialismo através da via democrática e seu desfecho trágico: o golpe militar mais sangrento deste continente que resultou na morte de milhares de jovens, entre eles, muitos asilados políticos brasileiros. Em função disso, ao me deparar frente ao Palácio Presidencial de La Moneda, parecia ainda escutar o último discurso de Salvador Allende entrecortado e mesmo interrompido pelo intensivo bombardeio a La Moneda pelos aviões dos militares golpista. E no final, a emoção ainda foi maior quando me deparei frente ao Monumento dos Mortos e Desaparecidos Políticos pela Ditadura de Pinochet. Não encontrei entre eles nenhum conhecido, mas confesso-lhes que fiquei muito emocionado; afinal, a maioria dos mortos e desaparecidos era formada por jovens que ainda não tinham alcançado os vinte cinco anos de idade. Espero que os depoimentos tenham transmitidos de fato as minhas emoções e que possam contribuir bastante para a elaboração deste documentário.
Essas são algumas impressões sobre a nossa viagem ao Chile, mas o que posso afirmar com certeza, é que voltamos do Chile com a sensação de dever cumprido, e já visualizando o que poderíamos encontrar pela frente na nossa próxima viagem a antiga Alemanha Oriental, que se dará já nos próximos dias.
Até mais!
Afonso Lanna
Cheque Furado
Chile
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
para chico
fala pra ele não 'fumar' muito aí não que ha necessidade de observar a questão da presão atmosférica andina em relação com o indice de umidade relativa do ar influenciada pela temperatura atmosférica em torno dos víveres andantes e em repoudo absoluto.
crédito: atuações culinárias da equipe durante o período de produção
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Viagem viagens
....daqui a pouco a gente volta.
Chico de Assis.
Chichi Lele
Sigo em minha observação. Por agora, gracias.